FIANÇA, FIADOR:
No AT hebraico, o termo ‘arab significa garantir ou
tornar-se uma garantia (Gn 43.9; 44.32; Jó17. 3; Sl119. 122; Pv6. 1; 11.15;
20.16); o termo arruba significa penhor, garantia (PV 17.18); o termo taqa’,
que significa um aperto de mãos, é a garantia de algo que foi tratado (Pv11. 15).
A essas palavras podemos acrescentar outras palavras hebraicas traduzidas como
“penhor”, pois penhor e fiança são termos quase sinônimos: habol, ou aquilo que compromete, um penhor
(Ez18.12,14); ‘abot (Dt24.10-13); ‘erabon, fiança (Gn 38.17,18,20).
No NT, a palavra grega ‘egguos ocorre apenas uma vez
“fiador” (Hb 7.22). O fiador é aquela pessoa que assume a responsabilidade por
outra pessoa, ou por suas responsabilidades ou dividas.
As Escrituras advertem contra alguém se tornar
repentinamente um fiador, assumindo as responsabilidades ou dividas de outros
(Pv 11.15; 17.18; 22.26,27). Judá tornou-se o fiador da segurança de Benjamim (Gn
43.9; 44.32). Os reféns eram oferecidos como fiança (2Rs 18.23; Is36.8). O
Senhor Jesus Cristo tornou-se o fiador da nova aliança que substituiu a aliança
da lei de Moises (Hb 7.22).
O penhor era alguma coisa oferecida como garantia de que
uma divida seria paga. Nenhum homem podia apossar-se de alguma coisa de alguém como
penhor (Dt 24.10). O proprietário deveria oferecer algo como penhor. O penhor
que o pobre fazia de suas roupas, ou de seu cobertor, deveria ser devolvido ao pôr-do-sol
(Dt 24.12,13), e a desobediência a esta ordem era um grave pecado, severamente
punido por Deus (Ez 18.12,18).
USURA:
Tradução da palavra hebraica neshek, “mordida” devido a
dor a à angustia do devedor, e nasha’, “emprestar a juros”, por parte do
credor. As palavras hebraicas marbit (“aumentar” Lv 25.37) e tarbit ( com o
sentido de juros e usura; Lv 25.36; Ez18.8,13,17; 22.12) são sinônimos que
denotam um ganho do lado do credor.
Segundo a lei judaica, os termos “juros” e “usura” PODIAM
SER USADOS Indiscriminadamente. “Usura”
sugere tirar vantagem da necessidade alheia para conseguir remuneração
despropositada como uma compensação por algum serviço, geralmente um empréstimo.
(Ne 5.3) ou por um homem ter sido fiador
de um amigo (Pv 6.1), ou ainda para o pagamento de um imposto (Ne 5.4). O empréstimo
comercial não é mencionado no AT. Os textos em Êxodo 22.25-27 e Levitico
25.35-37 proibem pedir qualquer tipo de juros a um irmão israelita e Deuteronômio
23.20 (cf 15.6) acrescenta, “Ao estranho emprestaras à usura (ou com juros)”.
Não existe qualquer menção sobre taxa de juros, e não há
nenhuma punição relacionada à usura no caso de estranhos. A tradução de Neemias
5.11 é questionada. Porem , até os 12 por cento ao ano podem ter sido
considerados uma taxa baixa para aqueles período. As taxas de juros para empréstimos
em dinheiro variavam entre 20 a 30 por cento. Para os cereais, de 25 a 33 ½ por
cento. A pratica de hipotecar a terra mediante a cobrança de jurosexorbitantes
cresceu entre os judeus durante o cativeiro, e foi denunciada por Neemias e também
por Ezequiel (Ne5.3-13; Ez 18.8,13,17).
No NT, as dádivas gratuitas foram encorajadas (Lc
6.3031), entretanto não era proibido aceitar juros razoáveis (Mt 25.27; Lc 19.23).
A questão na se prende a “juros”, mas a juros exorbitantes, que é um problema
mais moral do que econômico. Contra isso os patriarcas da igreja fizeram
denuncias veementes.
EMPRESTIMO:
Na ordem estabelecida por Moises, os empréstimos tinham
como base a caridade, e não o comercio. Naquela economia essencialmente agrícola,
eles deveriam ajudar aqueles que estavam enfrentando uma crise de pobreza,
necessidade ou pressão. O sistema de empréstimo comercial praticado na
Babilônia não existia em Israel, nem era aconselhada por Deus. Os israelitas
deveriam emprestar aos pobres (Lv 25.35-37; Dt 15.7-11) e estavam proibidos de
cobrar qualquer juro de seus compatriotas (Ex 22.25; Lv 25.36; Dt 23.19) embora
pudessem cobrar de um estrangeiro (Dt 15.3; 23.20). O único lucro que podiam
esperar ao emprestar a outro israelita era a benção prometida do Senhor em
todos os seus outros empreendimentos (Dt 15.10; Pv 19.17). Emprestar ao pobre
era uma característica do homem santo (Sl 37.26; 112.5).
Com o desenvolvimento das atividades comerciais da época
de Salomão, os judeus devem ter feito empréstimo conforme o padrão dos
mercadores fenícios. Dessa forma, em Provérbios existem graves advertências
sobre o perigo de assumir a responsabilidade pela divida de outros ( Pv 6.1-5;
11.15; 17.18; 20.16; 22.26). As brutais injustiças devem ter sido cometidas
contra os devedores no final da monarquia judaica, porque Deus havia
classificado a cobrança de juros ao lado dos pecados da idolatria, homicídio e
roubo (Ez 18.13; Cf vv 8,17; Jr 15.10).
A economia do Novo Testamento. Embora o Senhor Jesus Cristo
exortasse as pessoas à liberalidade, a dar aos necessitados, e a emprestar sem
cometer a usura (Lc 6.32ss.), na economia comercial que havia surgido naquela
época o Senhor reconheceu uma taxa justa de juros, e em suas parábolas sobre os
talentos e as minas Ele encorajou um
investimento sadio (Mt 25.27; Lc 19.23).
SUBORNO, SUBORNAR:
A Palavra grega Shohad significa um presente, mas no
sentido corrupto, um suborno. A lei hebraica condenava dar ou receber presentes
ou subornos com a finalidades de perverter a justiça (Ex 23.8) São feitas
muitas referencias ao seu uso para corromper juízes e governantes (Jó 15.34; 1
Sm 8.3; Sl 26.10; Is 33.15; Ez 22.12). Com o mesmo sentido é usada a palavra
Koper em 1 Samuel 12.3 e Amós5.12. Essa palavra hebraica também é usada com
respeito ao dinheiro da expiação ou do resgate e, na ultima passagem, ela
implica em um pagamento a titulo de indenização pelo assassinato de um homem,
para que, dessa forma, o rico que foi responsável por tal morte possa ficar em
liberdade
Referencia: Dicionario Bíblico Wycliffe
Paginas: 638,639, 795, 1856 e 1981
Paginas: 638,639, 795, 1856 e 1981