LIÇÃO 4
A FAMÍLIA SOB ATAQUE
INTRODUÇÃO
I – Os ataques do
Inimigo
II – Atitudes mundanas
para destruir a Família
III – O Cuidado
Contra a Filosofia Mundana e a Pornografia
CONCLUSÃO
O que os pais deveriam saber sobre a educação de seus filhos
Artigo de professor
norte-americano “O que os professores realmente querem dizer aos pais” faz
sucesso no facebook
Por
Valmir Nascimento
No
final de novembro o Facebook divulgou uma lista com os artigos mais
compartilhados na rede social durante o ano. Em primeiro lugar está uma matéria
do The New York Times [1] com fotografias do Japão antes e depois do tsunami
que abalou o país no mês de março. A segunda colocação ficou com um texto
escrito por Ron Clark [2] , professor e pedagogo norte-americano que trabalhou
com alunos desfavorecidos nas áreas rurais da Carolina do Norte e do Harlem,
Nova Iorque. Clark é conhecido por sua paixão pelo ensino e pelos seus livros
sobre crianças de ensino médio, tanto que sua história virou filme [3] .
O
artigo de Clark, curtido por mais de 600.000 mil pessoas e escrito a pedido da
rede de TV CNN, tem com o título “O que os professores realmente querem dizer
aos pais”[4] . Na visão de Clark, os pais vêm transferindo suas
responsabilidades para a escola, sem, contudo, aceitar que seus filhos se
submetam de fato às regras da instituição. Por isso, assim que surge a primeira
nota vermelha ou uma advertência, invadem a sala de aula culpando os
professores – a pretexto de preservar a reputação e o orgulho de seus filhos.
Em
entrevista à revista Veja, perguntado sobre qual o comportamento dos pais
irrita os professores, Clark respondeu da seguinte forma: “Acho que o ponto
principal são as desculpas que os pais criam para livrar os filhos das punições
que a escola prevê. Se um aluno tira nota baixa, por exemplo, ou deixa de
entregar um trabalho, os pais vão à escola e descarregam todo tipo de desculpa:
dizem que o filho precisava se divertir, que a escola é muito rigorosa ou que a
criança está passando por um momento difícil. Ou, ainda, culpam os professores,
dizendo que eles não são capazes de ensinar a matéria. Mas nunca culpam seus
próprios filhos. É muito frustrante para os professores ver que os pais não
querem assumir suas responsabilidades”[5].
O
professor ressaltou ainda que hoje “existe uma preocupação grande com a
autoestima da criança. Por isso, muitas pessoas se vêem obrigadas a dizer aos
pequenos que eles fizeram um ótimo trabalho e que são brilhantes, mesmo quando
isso não é verdade. Essas crianças deixam de aprender que é preciso se esforçar
muito para conseguir bons resultados. No futuro, elas não terão sucesso porque,
em nenhum momento, exigiu-se excelência delas. Precisamos estar mais atentos à
excelência acadêmica e menos preocupados com a autoestima das crianças.”
As
palavras de Ron Clark colocam em evidência a atual desorientação da maioria dos
pais em relação à educação dos seus próprios filhos. Para se ter uma idéia, já
no de 1997 matéria da Revista Veja revelava que os escritores da auto-ajuda
haviam direcionado seus escritos para a área da educação infantil. “Depois de
querer ensinar a vocês como ganhar dinheiro, fazer amigos, ficar magro, segurar
o casamento, os escritores do gênero resolveram dar lições sobre como educar a
criançada”, é o que dizia o início da matéria.
A
reportagem enfatizava ainda que tais obras vendem feito “pão quente porque, em
geral, são escritas de olho num alvo fácil: a insegurança dos pais, que já não
sabem mais o que fazer pelos filhos”. Afinal, eles trabalham fora, ficam pouco
tempo em casa, carregam consigo um tremendo sentimento de culpa. Alguns tentam
compensar a ausência entupindo os filhos de atividades, como natação, judô e
aula de inglês. Outros buscam apoio na terapia, que custa dois ou três livros
de auto-ajuda por semana e tem resultados demorados. Uma terceira leva cai na
auto-ajuda.
De
fato, depois de meados da década passada obras literárias direcionadas para a
educação dos filhos têm crescido assustadoramente. Algumas, voltadas para a
auto-ajuda, outras para técnicas psicológicas ou psico-pediátricas; sempre em
tom pragmático, com dicas, receitas e planos sobre como a criança deve crescer
e ter independência financeira, autonomia, segurança e sucesso na vida futura.
Nesse
contexto, pais inseguros recorrem a esse tipo de expediente a fim de tentarem
auxiliá-los na criação da prole. Muitos, inclusive, cristãos, que, em momento
de desespero partem em busca de dicas ideais para a condução familiar.
Obviamente que alguns desses livros têm muito a contribuir com os pais, porém, na
grande maioria não passam de trabalhos improdutivos que nada têm a oferecer,
cujos ensinamentos se resumem a receitas mal formuladas.
De
volta ao texto de Clark, e partindo das suas ideias básicas sobre o que os
professores realmente querem dizer aos pais, podemos sintetizar, a contrário
sensu, aquilo que os pais deveriam saber sobre educação de seus filhos.
Primeiro.
Os pais precisam saber que são eles os principais responsáveis pela educação de
seus filhos, e não os educadores. Um dos terríveis males que assola a
família hodierna é a tentativa dos pais em “terceirizar” a educação dos filhos,
passando para outros a responsabilidade que compete somente a eles. Percebemos
claramente a transferência da educação para o governo, escolas, creches, babás,
avós, filhos maiores e até mesmo para a igreja. Alguns, pior ainda, jogam a
responsabilidade para a “babá eletrônica”.
Como
adverte Içami Tiba: “Esses pais cobram da escola o mau comportamento em casa:
“O que vocês estão fazendo com o meu filho que ele me espondeu mal?” Ou: “A
escola não o ensinou a respeitar seus pais” Até parece que quem educa é a
escola e cabe ao pai e à mãe uma posição recreativa” . O escritor diz ainda que
“para a escola, os alunos são apenas transeuntes psicopedagógicos. Passam por
um período pedagógico e, com certeza, um dia vão embora. Mas a família não se
escolhe e não há como mudar de sangue. As escolas mudam, mas os pais são
eternos” .
É
claro que cada um desses entes mencionados (escolas, creches, babás, avós e
igreja) possui sua parcela de responsabilidade. Não há dúvidas disso. Porém,
não passam de terceiros auxiliares, que atuam em colaboração, já que a
responsabilidade primordial de instruir a criança no caminho em que deve andar
é dos pais. Compete a eles, somente a eles, a formação moral dos seus filhos.
São os genitores - e não outros - aqueles que possuem a competência do ensino
das sagradas escrituras a fim de amoldar suas personalidades em conformidade
com a disciplina e admoestação do Senhor. Esse é o princípio da responsabilidade.
Como
escreveu John MacArthur, “... o próprio Deus deu aos pais a responsabilidade de
educar os filhos – não aos professores, nem aos colegas, nem às babás, nem a
ninguém que não pertença à família; portanto, é errado que os pais tentem
livrar-se da sua responsabilidade ou transferir a culpa quando as coisas vão
mal” .
Segundo.
Os pais precisam saber que responsabilizar seus filhos em virtude de seus
próprios erros é algo necessário. A correção, a disciplina e a
imposição de limites são fundamentais para a formação de um adulto saudável,
tanto no aspecto individual quanto social. Jogar a culpa na escola ou nos
professores para eximir o baixo rendimento dos filhos, simplesmente contribuirá
para a formação de um individuo irresponsável que não aceita suas falhas e
sempre atribui a responsabilidade aos demais.
Terceiro.
Os pais precisam saber que a autoestima não é o suficiente para o pleno
desenvolvimento dos filhos. Muito embora a autoestima tenha sua
parcela de importância na formação do individuo, para dotá-lo de autonomia e
segurança, ela não pode suplantar a excelência do conhecimento. Significa dizer
que a autoestima precisa andar de mãos dadas com a dedicação aos estudos e o
sacrifício por bons resultados, sob pena de se formar um adulto de elevada
autoestima, porém, com um nível de conhecimento reduzido.
Texto extraído do
portal CPADNEWS: http://www.cpadnews.com.br/blog/valmirnascimento/?POST_1_65_O+QUE+OS+PAIS+DEVERIAM+SABER+SOBRE+A+EDUCA%E7%E3O+DE+SEUS+FILHOS.html
Notas
[1]
http://www.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fwww.nytimes.com%2Finteractive%2F2011%2F03%2F13%2Fworld%2Fasia%2Fsatellite-photos-japan-before-and-after-tsunami.html&h=hAQHjRXBU
[2]
https://www.facebook.com/people/Ron-Clark/750225365
[3]
http://www.adorocinema.com/filmes/historia-de-ron-clark/
[4]
http://edition.cnn.com/2011/09/06/living/teachers-want-to-tell-parents/index.html
[5] http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/pais-e-professores
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